quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

ROTEIRO PARA CURTA METRAGEM

A função do roteirista varia bastante de acordo com o tipo de filme produzido. Normalmente o primeiro passo de um roteiro é a descrição da ação da história simplificada, em uma ou duas páginas, chamado "STORY-LINE".
Ter uma boa ideia é apenas a ponta do iceberg de um processo que exige muito esforço e insistência. O ato de escrever é um hábito que requer muito treino, dedicação e paciência.
Um roteiro é uma história contada com imagens, expressas dramaticamente em uma estrutura definida, com início, meio e fim, não necessariamente nessa ordem.
Se, ao lermos um roteiro e não conseguimos visualizar a cena, certamente ele tem problemas. Um bom roteiro contribui para que o filme seja preparado de modo mais adequado, poupando tempo, pois tem que ser bem descritivo.
Um roteiro bem formatado, deve ter as cenas bem pontuadas, assim como suas mudanças; que o conteúdo visual esteja cuidadosamente descrito; que seja fácil de ler, em espaço duplo, sem rasuras e correção, e com todas as páginas numeradas.
Normalmente, os filmes de maior sucesso de público obedecem a uma estrutura dramática que ele, o público, tem facilidade de acompanhar.
Nos primeiros minutos do filme de curta metragem, descobrimos sobre o que é a história, suas circunstâncias dramáticas, quem são os seus personagens e o que eles fazem.
Esta é a fase em que o nosso herói está no seu ambiente natural, até que alguma coisa o impele a caminhar em direção à aventura, ou seja, a fase em que ele tem de tomar uma decisão e enfrentar a situação que vai modificar sua vida.
Em um determinado ponto, serão encontrados os obstáculos que impedem o nosso personagem de atingir os seus objetivos, o que o leva a uma confrontação. Esse vai ser o desenrolar do curta.
Perto do final da confrontação, novamente algo deve acontecer que levará a nossa história para o final. Conseguirá o nosso personagem atingir os seus objetivos? A história termina com um happy end. O nosso personagem morre no fim? Essa parte da história pode ser contada até depois que os créditos subiram, para dar mais dinâmica ao filme.
Não existe dramaticidade em uma história sem conflitos, mesmo as comédias. São os conflitos que impulsionam a história, e a resolução deles é que prende a atenção do espectador.

FOTO DO CURTA METRAGEM
ALBERICO PROCURA
PRÊMIO DE MELHOR ROTEIRO no I Universo Olhar Digital/2006/ Juiz de Fora/MG
MENÇÃO ESPECIAL no II Festival Curta TrÊs Rios/2006/Três Rios/RJ

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


O Som na Animação

Quando a gente assiste uma animação quase sempre fica vidrado nas imagens e acaba não prestando atenção merecida aos sons e barulhos que acontecem na cena. Agora experimente assistir ao mesmo filme sem esse recurso. Fica chato né?
O som é um elemento essencial na obra não só de animação, mas de todo o cinema, tanto no que se refere à linguagem cinematográfica, como através de seus aspectos técnicos.
É quase que instintivo, natural, do homem associar som à imagem e vice-versa. Mesmo os filmes mudos eram passados com pelo menos um pianista no cinema, tocando uma música para acompanhar as imagens. Alguns cinemas maiores tinham orquestras inteiras acompanhando o filme e muitas vezes com partituras originais. Chaplin foi um que sempre se preocupou com a música certa para a ação corrente. Muitas vezes compôs partituras para acompanhar seus filmes.
Mas o som da animação não é só música. Todos os sons terão que ser criados, para que dêem credibilidade à cena. Muitas engenhocas são criadas para que o som pareça natural ou até mesmo exagerado.
Eu tenho um pequeno projeto desde 2006, de um curta de animação com robôs.. o RECICLANDO IDÉIAS - Sucata Animada. Daí, fiz um curta de um robozinho que vem na Terra e planta um pequeno arbusto que começa a dar vida ao planeta de novo. não em fala, só sons, mas poucos sons.
Porém, ainda fiquei com uma outra historia de robozinhos operários num planeta hostil, com um governante (também um robô) autoritário. Essa animação não dei continuidade porque em primeiro lugar ainda não tinha juntado sucatinhas suficientes pra montar o universo que preciso e em segundo lugar não sabia como vou explicar o que está acontecendo sem que os personagens falassem e neste filme eu teria uma cidade de robôs. Tudo isso foi pensado em 2006....
Em 2008 a Disney/Pixar lançaram Wall.E...
Engraçado é que o que faz os humanos voltarem é uma plantinha. Ainda bem que meu curta foi feito antes e pude participar de festivais em 2007...

Pra quem ainda não alugou Wall.E da Pixar/Disney, aluguem e assistam ao extra, onde o engenheiro de som Ben Burtt, comenta sobre os sons criados para esta animação e também faz uma visita aos primeiros efeitos sonoros criados pela Disney. Vale a pena tanto quanto o filme. É uma aula!
Com certeza me ensinou muita coisa...
neste site tem o vídeo do extra: